Aprender a falar é, sem dúvida, a tarefa mais complexa que o homem realiza na sua vida. É a capacidade que o diferencia de todas as outras espécies, é a prova da inteligência, o mais importante elo na sua relação com o mundo.
Por isso, é necessário dar uma atenção especial à fala, à voz, à linguagem e audição das crianças e sempre que possível tornar mais fácil o caminho para o seu desenvolvimento.
Observar alterações na comunicação oral é uma tarefa fácil.
Ouvindo a voz de alguém você pode constatar se está alterada, rouca.
A criança rouca deve ser examinada, já que sua voz alterada, além de apontar problemas físicos, freqüentemente reflete a tensão do ambiente em que vive, insegurança, ou outras dificuldades. É preciso investigar as causas e tratá-las.
Podem ocorrer alterações nas pregas vocais, obstrução nasal como adenóide ou desvio de septo, alterações no palato e/ou problemas respiratórios.
Quanto à linguagem, observe o vocabulário, a organização das frases ao está contar estórias ou acontecimentos. É difícil descrever uma figura ou contar sobre um desenho que viu na TV? Se há dificuldades em organizar as ideias, manter uma sequência lógico-temporal é bom ficar atento.
Se a criança é muito distraída, se é preciso repetir várias vezes o que se diz à ela, ou aumenta o volume da TV com frequência, preste atenção: é possível que haja algum problema de audição ou alterações no processamento auditivo, que é a maneira como o sistema auditivo recebe, analisa e organiza aquilo que ouvimos. É importante que se faça uma avaliação fonoaudiológica.
Problemas na fala são ainda mais fáceis de perceber: troca ou omite sons? gagueja? fala “pelo nariz”? fala com interposição da língua entre os dentes?
Por volta dos 4 anos e meio a criança já deve ter dominado todos os sons da fala.
Se isso não acontece, algum fator pode estar interferindo no desenvolvimento. Pode ser imaturidade neurológica, estimulação inadequada, dificuldades motoras orais e precisam ser diagnosticadas e tratadas por uma fonoaudióloga.
Aquela história de dizer que a criança fala errado porque tem “língua presa” ou “preguiça de falar” raramente corresponde à realidade.
A correção pode ser simples, depende do tipo de troca fonêmica, das dificuldades associadas e sempre é realizada de forma lúdica e divertida.
O aprendizado de novos sons significa uma grande conquista que se reflete em todos os aspectos da vida da criança, deixando para trás a tristeza, a irritabilidade constante, a insegurança e a auto imagem negativa desenvolvida pelas dificuldades nas situações de comunicação.
Os adultos podem tornar mais fácil este caminho e mais feliz a história de vida das crianças se acompanharem atentos a sua evolução.
“A fala caracteriza o homem. O riso e o sorriso também. A correção da primeira não é só um problema de articulação, mas a devolução do sorriso a quem estava privado dele, muitas vezes sem a menor necessidade. Procure sempre restituir o sorriso à criança que tem problemas de voz e fala.” ( Pedro Bloch)
Mariângela Zulian
Fonoaudióloga – CRFa 02/2179
Especializada no tratamento dos problemas da fluência da fala
CLÍNICA VIDA
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